O futuro de Brahim Diaz.

Em matéria escrita pelo jornalista Sam Lee ao portal de notícias Goal, uma preocupação surgiu entre os torcedores do Manchester City: o jovem atacante espanhol Brahim Diaz poderá ser mais uma das promessas que dará Adeus? Só para lembrar alguns casos de promessa: Karim Rekik, Marcos Lopes, Jadon Sancho.

O matéria começa a falar sobre o contrato do jogador que terminará em junho de 2019, ou seja, a partir de janeiro ele já poderia procurar outro clube para jogar, caso não ocorra uma renovação até lá. As partes envolvidas parecem que querem se entender, só que o problema reside nas oportunidades que o Diaz terá no City nessa temporada. O clube gostaria de renovar e emprestá-lo, o time seria o Girona, o jogador quer ser aproveitado pelo City mesmo e aí a coisa não anda. No elenco atual do time, me fica claro que ele não terá tantas chances de jogar como teria no Girona.

Em entrevista ao Mundo Deportivo da Espanha, ele afirmou que não sabia nada sobre empréstimos, outro clube especulado seria o Leeds da segunda divisão, e só mostrou incisivo em ficar em Manchester para continuar seu desenvolvimento com o melhore técnico e os melhores jogadores. Essa notícia foi reproduzida pelo MEN não tem nem uma semana, acho que nesse meio tempo, ele não deve ter mudado de ideia.

Esse caso lembra muito o do Jadon Sancho, hoje no Borussia Dortmund, deverá jogar contra a gente na sexta feira. Havia outras questões, mas um dos motivos da saída do jogador foi que ele queria jogar, não apenas treinar com profissionais. No começo da temporada passada parecia que Sancho tinha se ferrado porque pouco atuou pelo Borussia. Nos últimos seis jogos, com o time na luta por uma vaga na Liga dos Campeões, ele jogou em todos, acabou o campeonato com um gol e 4 assistências.

Vi alguns jogos dele no Borussia e na seleção inglesa sub-17 campeã mundial, ele não participou dos jogos finais porque como não era data FIFA o clube alemão exigiu a volta dele. Contra os moleques da idade dele achei que foi bem. No profissional não acho que tenha feito muita coisa, me lembra muito o estilo do Robinho: muita firula na esquerda de ataque, para cortar para trás e cruzar, pelo menos foi isso que vi nos jogos, ele pode me queimar na sexta feira.

Acho que o número mais importante para a gente no caso Sancho é o de minutos em campo: jogou 685 minutos, num campeonato que tem quatro jogos a menos por equipe. A divisão de base do City entrou em campo com 5 jogadores na temporada passada, esses atletas totalizaram 899 minutos, os dois primeiros foram Foden e Adarabioyo com 329 e 301 minutos, respectivamente. Somados os dois daria menos que o Sancho.

Se desmembrar esses números fica pior ainda para a nossa base: apenas 109 foram na Premier League, vale lembrar que Guardiola venceu o título com cinco rodadas de antecedência por isso Foden, Diaz e Nmecha ganharam mais alguns minutos em jogos oficiais.

Num recorte das cinco últimas temporadas 18 jogadores da base foram utilizados no time principal com 3.572 minutos entre eles, Dedrick Boyata, terceiro lugar com a Bélgica na última Copa, representou mais de 25% desse tempo, 899 minutos, por uma incrível coincidência foi o mesmo número da base inteira na temporada passada. E mais uma vez grande parte dos jogos foram em Copa da Liga e da Inglaterra ou jogos mortos da Liga dos Campeões, seja contra o Steaua Bucareste, Shakthar ou Basel.

Já comentei isso algumas vezes e volto a repetir: acredito que nessa temporada os jogadores da base terão menos tempo em campo. As minhas razões para pensar dessa forma são essas:

- não acho que o time vencerá a Premier League com tanta facilidade quanto na anterior. Os nossos adversários se reforçaram, o quê o Pep e os jogadores conseguiram em 2017/18 foi algo excepcional, difícil de repetir. Se eles não terão essa moleza, o treinador não colocará em campo jogadores com pouco bagagem;

- Foram duas partidas na Liga dos Campeões que os jogadores principais ganharam descanso e por isso a base entrou em campo (322 minutos entre Foden, Diaz e Adarabioyo). Além disso houve uma terceira partida, em casa contra o Feyenoord, onde o time entrou forte, conseguiu o resultado e a classificação em primeiro lugar do grupo com uma rodada de antecedência para assim Foden e Diaz jogarem nos minutos finais;

- Tivemos problemas com o elenco na temporada passada, perdemos muito cedo o Mendy, Delph foi jogar na lateral esquerda como necessidade, abriu a possibilidade de colocar jogador da base no banco ao menos. Se o francês não se machucar novamente, Delph passará a ser mais uma opção para o meio de campo, ele pode substituir a saída de Yaya Touré. Isso sem contar que quem sabe pode pintar um jogador para o meio de campo, Thiago Alcântara do Bayern está sendo especulado. 

Fora o problema do Mendy, David Silva enfrentou uma situação familiar difícil e se ausentou em alguns jogos. Pep disse que ele iria jogar menos naturalmente essa temporada por causa da idade. Isso pode acontecer de verdade, mas na hora do vamos ver, se tiver desfalcado dos jogadores que ele quer mais em campo, se tiver que escolher entre o David e um da base, não tenho dúvida que o camisa 21 vai jogar, pode ter jogado várias partidas em sequência.

Isso sem contar a ausência do Aguero e Gabriel Jesus por alguns jogos quando ficamos apenas com um atacante de ofício em condições de jogo;

- A opção final fica em jogos das duas copas domésticas. Na temporada anterior o time foi para a final da Copa da Liga, jogou todos os jogos possíveis e ainda duas prorrogações, foi a competição que a base mais jogou (451 minutos), se não repetir a performance, menos tempo a base terá. Na da Inglaterra caiu nas oitavas, então pode melhorar, mas no jogo da eliminação para o Wigan não havia um único representante da base no time titular, apenas Foden e Diaz no banco, ambos não entraram.

Se a questão de tempo de jogo com o Manchester City for a principal para o Brahim Diaz, é muito provável que ele não renovará o contrato. Nessa pré temporada ele tem a oportunidade de mostrar serviço, não haverá concorrentes para ele do time profissional, na pré do ano passado ele mandou bem mesmo com a Aguero e Jesus fazendo parte da viagem aos EUA. Mesmo com essas chances se tornará na, melhor das hipóteses, terceira escolha para o ataque.

A base do City está conseguindo gerar algum dinheiro com transferência (Marcos Lopes, Sancho, Pablo Maffeo, Angelino), mas ainda não está sendo suficientemente boa para nos poupar dinheiro ao não precisarmos ir no mercado contratar. Foden e Diaz são a esperança real disso acontecer. Se tivesse que apostar o primeiro fica, o segundo procurará novos ares.

Só espero que essa novela de renovação não se arreste muito.