Há dois anos foi criada uma competição chamada NextGen Series para jogadores sub-19 com objetivo de colocar times de diferentes países a se enfrentarem, afinal nessa categoria os confrontos eram regionais quando muito nacionais. A competição foi cunhada como a Liga dos Campões para jovens, apesar de não haver nenhuma ligação direita com a UEFA.
Na primeira temporada, o Manchester City enfrentou o Barcelona, Marseille e Celtic em jogos de ida e volta, mas não conseguiu marcar nenhum ponto. A equipe campeã foi a Internaziole de Milão enfrentando o Ajax na final. O time holandês é famoso por ter uma forte divisão de base, orgulho dos torcedores que mostram em jogos do time principal sua repulsa por times comprados por milionários, nós sofremos disso na partida que fizemos pela Liga dos Campeões na casa deles no ano passado.
A competição está no seu segundo ano e o Manchester City melhorou, apesar de ter sido eliminado novamente na fase de grupos. Fizemos 5 pontos num grupo com a Juventus, PSG e Fenerbahçe. É um avanço considerável. E pelo nosso time eu posso falar, não sei se isso é verdade nas outras equipes: nós colocamos muitas vezes em campo jogadores com 15, 16 ou 17 anos, o que faz uma grande diferença nesse tipo de competições. O City ainda prefere emprestar seus jogadores mais velhos para times menores de divisões menores da Inglaterra para eles ganharem experiência profissional.
O fato de não have competições desse tipo o ano todo favorece colocar esses jovens talentos em equipes que jogam torneios no formato de turno e returno já que uma eliminação em um torneio de poucas partidas fará com que ele fiquem treinando e enfrentando adversários regionais inferiores. Mas essa postura poderá mudar nos próximos anos porque está ocorrendo um investimento da Premier League para competições de categorias de base. Não apenas da EPL como também da UEFA. Ponto aonde eu queria chegar.
A partir da próxima temporada de futebol a UEFA irá começar um torneio idêntico ao da Liga dos Campeões para jogadores sub-19. A entidade deve ter visto como a NextGen Series está desenvolvendo os jogadores e resolveu criar sua própria competição, que contará com 32 clubes na fase de grupos. Uma coisa importante a se ressaltar é que a UEFA quer diminuir a importância da NGS porque hoje há grandes times nessa competição como Barcelona, Juventus, PSG....e para quem notou o número de participantes é o mesmo da Liga dos Campeões.
Para se classificar para a Liga dos Campeões para Jovens, a divisão de base do clube não precisa fazer absolutamente nada, apenas torcer para que o time profissional esteja entre uns dos 32 classificados para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Aparentemente teremos o Manchester City na primeira edição dessa competição, ainda temos uma margem interessante para o quarto colocado da Premier League.
O formato entre o torneio dos adultos e jovens será o mesmo: oito grupos de quatro, em jogos em turno e returno. Os primeiros e segundos colocados desses grupos avançarão para a fase eliminatória, onde apenas haverá uma partida entre os times. Os jogos serão realizados ou no mesmo dia ou em datas próximas do torneio principal.
Segundo o comunicado da UEFA de 07 de dezembro do ano passado, o torneio ainda é experimental, com validade de 2 anos, era uma exigência dos clube fazia 3 anos (é, não tem nada haver com uma outra competição estar acabando com o monopólio da UEFA sobre o futebol na Europa) e todo o aspecto operacional será divulgado em março.
Claro que a iniciativa é válida, esse maior intercâmbio entre os times, mas se não mudar o formato de classificação será o mesmo clube da Liga dos Campeões! Os times grandes, que já tem mais dinheiro e mais capacidade de investimento, irão abrir mais vantagem em relação ao menores porque as suas bases serão ainda mais forte, aumentando o desnível das competições nacionais ainda mais. A vantagem até o momento da NGS é que o clube que quiser participar poderia se inscrever. Tem dois times da Noruega, o Athletic de Bilbao, Wolfsburg e ajuda no desenvolvimento deles.
Claro que não é apenas isso que mudará a paridade dos torneios, mas favorece a oligopolização do futebol de mais uma forma.
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