quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Medidas restritivas nas Premier League.

Hoje foi divulgado pela Premier League novas regras, dessa vez a respeito da contenção de gastos dos clubes. Na temporada 2010-11, os 20 clubes acumularam prejuízo de £ 361 milhões, sendo que mais de cinquenta porcento era do Manchester City, £ 197 milhões. Essas novas regras de controle financeiro começarão a funcionar na temporada 2013-14.

A ideia é seguir um modelo parecido com o que a UEFA também está adotando para diminuir os prejuízos dos clubes de futebol. Os dois modelos se baseiam na seguinte premissa: os clubes estabelecidos choram, gritam, esperneiam e a entidade, como uma verdadeira mãe, dá colo, beijinho e chama o coleguinha de feio, bobo e cabeça de melão. O jornalista Martin Samuel, do Daily Mail, noticiou em 13 de janeiro de 2013 uma carta com o selo do Arsenal direcionada para o presidente da Premier League, Richard Scudamore.

Nessa carta há a "preocupação" de quatro times (Arsenal, Liverpool, Man United e Tottenham) sobre os preços inflacionados e eles pedem que as regras, que já estavam sendo discutidas, fossem mais duras para que os clubes da Premier League não sofressem pressão por transferências e salários milionários. Isso aí, esses quatro times estão pensando na coletividade, você nota quase um ar de socialismo/ comunismo nas palavras deles.

Os dois modelos, da UEFA e da Premier League, estabelecem um valor que o clube não pode ter de prejuízo acumulado num período de três anos, mas o da EPL é menos restritivo: £ 105 milhões contra £ 38 milhões da UEFA. De acordo com levantamento dos jornais ingleses, apenas três times não seriam aprovados nesse critério quando contabilizados os três últimos anos fiscais: Man City, Chelsea e Liverpool. Sendo bem honesto, se esse limite fosse de £ 300 milhões, a gente também cairia, mas estamos melhorando e temos margem para isso.

Graças a uma combinação de aumento de receitas e diminuição de gastos, o prejuízo para 2011/12 encolheu em £ 100 milhões, a tendência é de melhora no próximo ano fiscal que terminará em 31 de maio de 2013. Não espero um redução tem grande como essa última, mas pelo menos estamos mostrando que queremos nos adaptar a cada "nova solução para o bem do futebol" inventada pelos ricos antigos.

Outra medida do Fair Play Financeiro da Premier League envolve os salários pagos pelos clubes. A partir de 2013/14, os times que pagarem uma folha salarial anual maior que £ 52 m só poderão aumentar em mais £ 4 milhões para a temporada seguinte, mas há um porém sobre esse aumento.

O próximo triênio da venda de direitos de transmissão dos jogos do campeonato inglês para o Reino Unido começa em 2013/14 e dois canais pagarão um total de £ 3 bilhões por esses direitos no período de três anos, com isso os clubes poderiam gastar mais em salários, por exemplo. Só que isso não deverá acontecer.  Ter a folha salarial acima de £ 52 m terá uma punição: só poderá aumentar em £ 4 milhões usando o dinheiro da TV. Pode aumentar o valor gasto com salários se aumentar a receita comercial e já tem gente apostando num aumento considerável dos preços dos ingressos para financiar uma transferência e salário de uma grande estrela.

Apenas 7 times da primeira divisão da Inglaterra estão abaixo desse valor mágico de £ 52 milhões. No último relatório do City, o total pago em salários, inclui a parte de futebol e administrativa, foi de £ 178.155 milhões. Um pouco superior ao teto atual, quase imperceptível. Pelo o que eu entendi, se o City mantivesse suas receitas operacionais no mesmo valor e se mesmo com aumento do ganho com a TV fosse de £ 11 trilhões , nós iríamos poder gastar £ 182.155 em 2013/14. Eu acho que o valor descrito no próximo relatório financeiro vai ser bem menor que isso, o clube já está diminuindo a folha de pagamento do futebol com a saída de Balotelli, Roque Santa Cruz, Wayne Bridge, acho que o City pagava uma parte do salário de Adebayor em 2011/12 e no começo dessa temporada se livrou dele.

Para que houvesse aprovação dessas propostas era necessário que 14 dos vinte times votassem a favor delas e hoje elas foram aprovadas com 13 "sims", isso porque o Reading se absteve e não votou. 13 de 19 é mais de dois terços. Aparentemente os seguintes times votaram contra: Fulham, West Brom, Manchester City, Aston Villa, Southampton e Swansea.

Até agora só há especulação sobre quais serão as punições caso um clube não esteja dentro desse modelo, muito se fala em perda de pontos, mas no site da Premier League não encontrei nada ainda referente a isso. Nos próximos meses esse novo livro de regras deverá ser liberado para o público e será debatido bastante pela imprensa e torcedores dos times ingleses.

Me lembro que o Richard Scudamore sempre foi contrário a implementação do modelo da UEFA na liga inglesa, ele achava até interessante esses gastos para fortalecer a Premier League, mas parece que sofreu uma pressão e começou a ser favorável ao controle financeiro.

Não acho que seremos afetados, o modelo da UEFA é mais rígido e o clube já está correndo atrás há algum tempo para se adequar. Vejo a necessidade de alguns clubes quererem nos parar e vejo donos de outros times felizes com isso porque poderão aumentar o lucro e colocar no bolso deles.

2 comentários:

  1. Mas por exemplo, se o City gastar um valor x durante a próxima temporada. E esse valor se enquadrar nas regras da FA, mas não se enquadrar nas regras da UEFA. O que acontece?

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    1. Ele deverá ser punido pela UEFA que pode ser perda de premiação, proibição de jogar nas competições da UEFA até se enquadrar e já li que poderia sofrer embargo nas transferências, mas acho que essa última era mais especulação.

      E não sofreria punição nenhuma da Premier League. Muito possivelmente a punição de um time que não se enquadrar na Premier League vai ser perda de pontos, não acho que eles iriam rebaixar direito o time.

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