Pela última rodada do campeonato inglês, o Manchester não aguentou jogar com menos um desde o começo da partida e saiu de campo com o placar de 8-1 nas costas infligido pelo Misdllesbrough no Riverside Stadium. O brasileiro Elano marcou o gol de honra enquanto a partida estava 7-1. Pelo lado do Boro, outros dois brasileiros marcaram metade dos gols dos mandantes: Afonso Alves (3) e Fábio Rochemback.
Ambos os times entraram em campo sem risco de serem rebaixados e o Manchester City ainda brigava por uma vaga em competições europeias, mas o resultado dentro das quatro linhas não era o fator decisivo para obter essa vaga. A nona colocação com 55 pontos estava longe da classificação via campeonato inglês, para jogar a primeira fase eliminatória da Copa da UEFA, onde times das Ilhas Faroes, San Marino, Luxemburgo e afins começam suas campanhas. O comportamento e boas maneiras eram o mais importante.
A UEFA distribui 3 vagas para a Copa da UEFA pelo critério de Fair Play. Federações nacionais, que seus times fiquem com nota acima de 8.00 nos critérios da entidade europeia, vão para um sorteio e três são escolhidos. Para a próxima temporada Inglaterra, Dinamarca e Alemanha foram agraciados. A federação inglesa seguirá o mesmo critério e dará a sua vaga extra para o time com melhor Fair Play que ainda não tenha conseguido se classificar via Premier League ou Copas Nacionais.
Manchester City e Fulham são o sexto e sétimo, respectivamente, nessa tabela e os primeiros sem vagas nas competições fora da Inglaterra. A expectativa era de ambos entrarem em campos e se comportarem como um time de padres. Não sei como foi o time de Londres na sua vitória sobre o Portsmouth na costa sul inglesa, mas o nosso time fez de tudo para não conseguir esse prêmio de consolação.
Antes do jogo cheguei a brincar: "Podemos tomar uma goleada, mas sem tomar cartão algum." Não só tomamos a goleada que se inciou num cartão vermelho e um pênalti cometido por Richard Dunne aos 15 minutos de jogo como tomamos mais um cartão amarelo, com Sun Jihai. Para piorar tudo, a torcida causou confusão após o apito final, polícia precisou conter os ânimos, pontos negativos para o City por causa disso. O clima no clube não é dos melhores.
O treinador Sven Goran Erikson foi contratado no início da temporada e ela será filha única para ele em Manchester. O atual dono, Thaksin Shinawatra, não era mantê-lo o que acerbou ainda mais os ânimos. O sueco é idolatrado pelos torcedores azuis e a sua demissão enfrenta protestos fortes. Um massacre em campo e instabilidade no comando do clube uma receita que pode ter prejudicado as pretensões do clube de jogar a próxima Copa da UEFA.
Qual é a razão de escrever um post desse, poucas horas antes do jogo decisivo do campeonato? A data, 11 de maio. A diferença entre elas é de 6 anos apenas. Enquanto amanhã jogaremos para conquistar o título da Premier League mais equilibrada dos últimos anos, na temporada 2007-08, tínhamos conquistado nossa melhor posição final desde o início da fase moderna do futebol inglês ( 1992-93), nono lugar, e não íamos muito longe nas copas nacionais. Disputas europeias eram algo bastante estranho para a gente. Anos luz de diferença.
Caso falhemos e não conseguirmos levantar o troféu amanhã, não devemos, na verdade, não podemos reclamar e pedir a cabeça de todo mundo! Esse aspecto vencedor do Manchester City é recente, até pouco tempo atrás, metade da tabela e campanhas mais duradoras nas copas eram nossos sonhos. Esse ano já ganhamos uma Copa da Liga Inglesa, que muita gente acha irrelevante, eu não. Título é título, para ganhar grandes competições, precisa ganhar as menores também.
Se ganharmos amanhã, vamos comemorar muito. Mas se isso não acontecer, é um minuto de lágrimas e levantar a cabeça para a próxima temporada, já preparando para os jogos e contratações da pré temporada. Minha paixão não vai sumir por causa de uma derrota, não despareceu nos piores momentos, não será agora que vai acontecer.
Para quem ficou curioso, o City, mesmo com toda a confusão, conseguiu a vaga, ficou na frente 0.8 do Fulham e fez um boa campanha na Copa da UEFA, caiu nas quartas de final para o Hamburgo. Foi nesse ano que o Sheik Mansour chegou, trouxe reforços e alegria para a gente. Uma curiosidade: essa não foi a primeira vez que o City jogou via Fair Play. Em 2003-04 jogou a Copa da UEFA dessa maneira e caiu no critério gols fora de casa para o Groclin ( alguém conhece?) da Polônia na terceira rodada.
O Fair Play já nos ajudou, agora o Fair Play (financeiro) está querendo nos tirar.....ironia bem inglesa.
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