A primeira partida pelas semifinais da Carling Cup seria jogada no começo do mês de janeiro, mas a pior nevasca desde 1981 atingiu a Inglaterra. O City of Manchester Stadium tinha um gramado em boas condições levando em conta que fora atingido por neve pesada. Infelizmente não havia condições razoáveis para os torcedores chegarem ao estádio e ao sair, por volta de 10 horas da noite, a temperatura estaria abaixo de zero. Jogo adiado para a data do segundo jogo, 19 de janeiro.
O Man City tinha grandes problemas: o capitão Kolo Toure e Adebayor desfalcavam o time devido a Copa Africana de Nações. Lescott estava contundido, assim como Bridge, Robinho já não estava mais com a cabeça em Manchester. Em janeiro já não era mais Mark Hughes o técnico, Roberto Mancini assumiu em seu lugar.
Para solucionar o problema da defesa, Mancini voltou a aproveitar o esquecido Javier Garrido para a lateral esquerda e puxou um menino da Academia para o miolo da zaga, Dedrick Boyata, belga com seu companheiro de zaga, Kompany.
Casa cheia, público de 46.067, torcedores rivais fizeram arruaça fora do estádio e tentaram entrar com dardos e bolas de golfe, a segurança impediu. Uma cena rara na Inglaterra, enquanto o estádio estava apagado para fazer efeito para a Lua Azul, um sinalizador foi aceso para tentar diminuir o efeito. Não funcionou.
O técnico do United, Sir Alex Ferguson, havia dito semanas antes que daria chance aos garotos, a Carling Cup não era importante. O planejamento mudou no fim de semana, com a eliminação prematura da FA Cup para o Leeds. Eles entraram com a força máxima disponível.
A Carling Cup é o menor título que um time da primeira divisão inglesa pode ganhar no ano, mas esse ano foi diferente. O Manchester City colocou força máxima em todos os jogos, queria levantar um troféu. Uma semifinal de uma competição sem muita importância se transformou numa final de Copa do Mundo. A Inglaterra esperava ansiosamente por aquele confronto.
Bola rola. Os times se estudando, muita troca de passe, o City, jogando em casa, resolveu testar a defesa do adversário, mas Giggs abre o placar aos 16 numa grande jogada de Valencia pela direita. Nós não nos abatemos, De Jong tenta um chute de fora, Van de Sar defende em dois tempos. Cruzamento para Tevez livre testar, mas ele erra feio o alvo e é provocado pelos torcedores dos Red Devils.
Quase no final da primeira etapa, Bellmay leva a bola para cima de Rafael, dribla o brasileiro e é puxado dentro da grande área, pênalti para Tevez cobrar. Rooney tenta tirar a concentração do argentino, mas esse o ignora. Num chute forte no meio do gol, o City empata a partida.
Na comemoração Tevez fez um gesto com a mão em direção ao idiota do Gary Neville, gesto entendido como “ele fala demais”, isso porque Neville quis puxar saco do seu treinador e falou que Carlitos não valia £ 25 milhões. É mesmo um imbecil e mal-educado, afinal ele levantou o dedo médio para Tevez e as câmeras flagraram.
O segundo tempo começou com o Manchester City comandando as ações. Barry, De Jong controlavam o meio de campo com excelentes atuações. Kompany quase vira num jogada originada de um escanteio de Bellamy, mas a virada não demorou muito. Outro escanteio batido pelo galês, a bola sobra na entrada da área para Zabaleta tocar para Kompany e esse cruzar na cabeça do nosso talismã do Forte Apache: 2-1. E a torcida gritando para o banco rival: “sign him up” (contrata ele), uma gozação com o Sir.
O City até teve algumas boas jogadas após o gol, mas recuou demais e Given entrou em ação para salvar duas vezes. Ele não estava sozinho, Onuoha, que começou no banco, entrou e tirou uma bola em cima da linha. Placar final: 2-1 para o time realmente de Manchester. E já se contava as horas para a segunda partida, uma semana depois.
ESCALAÇÃO MANCHESTER CITY
Given, Richards, Boyata (Onuoha 69), Kompany, Garrido, Wright-Phillips (Sylvinho 84), Barry, DeJong, Zabaleta, Bellamy, Tevez (Benjani 79)
BANCO:
Taylor, Ireland, Robinho, Petrov
GOLS: Tevez (41 e 65)
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