quarta-feira, 14 de abril de 2010

Derbys de Manchester: temporada 2009/10 – Parte II

O primeiro jogo da temporada entre os dois rivais foi marcado pela participação de Carlitos Tevez. O Manchester City poderia ir para esse jogo sem o seu trio de ataque da época: Robinho (machucado), Adebayor (suspenso) e Tevez (machucado). O Manchester City vinha para esse jogo após quatro vitórias seguidas pela Liga e uma pela Copa da Liga Inglesa. O jogo era em Old Trafford, na Grande Manchester.

A saída de Tevez do United para o City teve uma polêmica: Sir Alex Fergunson não achava que o jogador valia o que seu agente pedia, então se negou a pagar o valor. Dinheiro não era problema para o Man City. Tevez em nenhum momento provocou o rival, ainda mais que ele não sabia se iria jogar ou não. Quando a escalação foi liberada, o número 32 do City estava entre os titulares.

O antes do jogo foi marcado por uma ação de marketing do City: o lançamento no dia da contratação do argentino de um cartaz com uma foto dele onde se lia “Seja bem-vindo a Manchester.” Afinal só há um time em Manchester. Sir Alex acusou o golpe e respondeu que o City “era um time pequeno com mentalidade pequena.”

Já no aquecimento das equipes no gramado, Tevez recebeu vaias da sua ex-torcida, o fato o motivou muito, afinal, ele tinha se matado por aquele time. A cada toque de Carlitos na bola, durante o jogo, “U´s” altos eram ouvidos.

O jogo começou e parecia que iria ser mais um passeio no parque do Utd. Dois minutos de jogo, Rooney já tinha feito um a zero, numa falha infantil de Micah Richards, que deu as costas para um lateral cobrado rapidamente pelo time vermelho.

O Man City precisava entrar no jogo para não tomar uma goleada e ser motivo de piada dos tablóides por ter gasto muito dinheiro e continuar a perder feio para o adversário. E entrou no jogo.

A defesa do Utd parecia não conhecer seu antigo aliado e rolou uma bola para trás, para o goleiro fora da área. Tevez ligou o turbo, tirou a bola do goleiro, passou a bola para Barry empatar com o gol vazio.

O jogo se igualou não só no placar como em campo. Os times controlavam a bola sem arriscar muito para o gol. Nos 10 minutos finais do primeiro tempo, os Azuis colocaram os Vermelhos em seu campo de defesa. Tevez chutou na trave e Lescott, numa saída errada da defesa do United, tentou uma puxeta que deu um susto em Foster.

O City sofreu um apagão no começo do 2º tempo, o Utd cresceu e encurralou o nosso time, até que Fletcher de cabeça fez 2 a 1. O time não se abateu e 3 minutos depois empatou um golaço de Bellamy no ângulo esquerdo do goleiro, num chute em curva de fora da área.

O jogo cresceu e muito após o segundo empate. Chances eram criadas pelos dois lados. Given foi exigido numa cabeçada de Berbatov. Mas o bicho realmente pegou nos últimos minutos e nos acréscimos, e quantos acréscimos.

Numa falta cavada por Evra, Giggs cobrou para Fletcher marcar o seu segundo de cabeça aos 90mins. Parecia que a vitória do time dos Glaziers já estava garantida, mas nosso time é destemido. Petrov rouba a bola de Ferdinand e toca para Bellamy puxar um contra-ataque veloz, ele encara Vidic e Foster e com apenas um toque tira os dois do lance e empata mais uma vez, isso aos 92mins.

Ai o apito amigo tomou conta de Old Trafford. O juiz Martin Atkinson havia assinalado que daria 4 minutos de reposição. Até que ele inverteu uma falta na intermediária do City aos 95 mins! Falta cobrada por Giggs e bola rechaçada para o meio de campo, o Sr Atkinson poderia terminar ali, mas nada disso, continua o jogo. Até que a bola sobrou para Giggs encontrar Michael Owen livre na área para marcar o quarto gol. Isso aos 96 mins! E para não ficar feio e terminar o jogo ali mesmo, Vossa senhoria deixou tempo correr mais uns 2 mins até o apito final.

A cena seguinte ao quarto gol foi lamentável. A câmera busca Fergunson e ele está de papo, rindo, dando tapinha nas costas do quarto arbitro, talvez tenha dito: “muito obrigado, meu chapa.”

O Manchester City pode ter saído derrotado, mas saiu com a cabeça em pé. Demonstrou espírito de luta e determinação, fez um grande jogo. Era um time que não tinha jogado muito junto ainda, mas que deu um susto no principal rival, que a partir daquele momento entendeu que City dos dias de hoje é outro. É um time para ser respeitado.

ESCALAÇÃO MANCHESTER CITY

Given, Richards, Toure, Lescott, Bridge, de Jong (Petrov 80), Barry, Ireland, Wright-Phillips, Tevez, Bellamy. Técnico: Mark Hughes

BANCO:

Taylor, Zabaleta, Garrido, Sylvinho, Weiss,
GOLS: Barry (16) e Bellamy (52 e 90).

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