domingo, 17 de julho de 2016

Viagem à Manchester - parte VI

Para acelerar e começar a falar da nova temporada do Manchester City, colocarei os três dias em Londres num post só com a volta para Manchester para pegar o avião para retornar ao Rio de Janeiro.

Na terça dia 08 de março parti para Londres, peguei um trem para a capital numa viagem super confortável e que dura pouco mais de duas horas, você passa por uma área rural da Inglaterra. Não sei se foi na ida ou na volta, mas descobri que Stoke On Trent fica ao sul de Manchester, eu jurava que era mais ou norte porque sempre se falava do tempo ruim na cidade, pensava que quanto mais ao norte, pior o clima.

A primeira coisa que o turista tem que fazer quando chegar em Londres e procurar um lugar para comprar as passagens de transporte público para rodar na cidade. Na estação de Euston tem logo na saída dela uma loja onde você compra o cartão (acho que cinco libras, mas sem reembolsáveis quando você devolve na saída de Londres) e faz a carga de valores. O sistema de transporte de Londres é dividido em zonas com teto para gastos, dependendo das zonas que você utiliza.

Por exemplo, se zona três, o teto for 10 libras por dia (chute não lembro), quando você passar desse valor, não será mais descontado naquele dia, mas se você visitar uma zona mais cara no mesmo dia, você pagará a diferença entre os tetos até chegar ao teto dessa zona. Eu acho que para turista vale muito a pena. Você roda na cidade, nem precisa pegar dinheiro e é uma preocupação a menos para pegar o transporte público, que é absurdamente excelente!

Foi em Londres que eu comprei o chip para celular, comprei da operadora EE, a mesma que patrocina Wembley, paguei 15 libras por 2 Gb e funcionou na minha volta para Manchester, pelo visto a área de cobertura funciona de maneira diferente por lá. A loja onde comprei se chama Carphone Warehouse e pedi para eles colocarem para funcionar, falei que eu comprava se eles conseguissem colocar para funcionar. Deu certo.

Deixei minhas coisas no hotel e fui para o meu primeiro destino do dia que já era na parte da tarde: Wimbledon! Maneiro de lá é que a estação mais perto não é a de Wimbledon, é outra chamada Southfileds, você anda menos para chegar nas quadras, mas aí um cidadão me orientou e voltei para o trem para andar uma estação para trás. Dei mole que saltando em Southfields poderia ter pego um ônibus, mas dei uma caminhada de uns 15 a 20 minutos.

O clube estava quase fechando, mas ainda deu tempo para visitar a loja e fazer um tour pela quadra centra (13 libras). Foi um tour exclusivo, eu e guia, um coroa simpático e gripado que deve estar lá desde a fundação do clube. Pude entrar nas arquibancadas, me mostrou os banners com os títulos da Maria Esther Bueno e me deu a dica: a compra de ingresso é por sorteio e todos os assentos teriam o mesmo valor. Foi legal a visita.

Depois retornei para Londres para conhecer mais estádio de futebol. O primeiro destino era Stamford Bridge, na véspera do jogo do Chelsea diante do PSG. Não vi francês na região, mas vi cambista oferecendo ingresso a módicas 200 libras. Acho que o lugar era do lado do Abramovich, só pode ser. É muito bizarro como estádio antigo fica encravado na cidade, o modo como se constrói estádio hoje é com amplas zonas de estacionamento, meio que isolando o estádio da cidade. Lá foi só foto e eu tinha que decidir, por causa da hora, qual seria o próximo estádio a visitar: Craven Cottage ou Loftus Road.




Fiz uma pesquisa agora e descobri que os dois jogaram em casa no dia 08 de março, podia ter feito isso lá para melhorar minha escolha. Escolhi o estádio do QPR, na época não sabia que teria jogo, então minha surpresa foi positiva quando cheguei e fiquei naquela compro ou não compro ingresso para o jogo. Porra 32 libras para um jogo da segunda divisão, paguei 36 pelo jogo do City! Fiquei naquela, vou ou não, vou ou não vou. Cara, eu estava de férias e gosto de futebol, vamos curti! Na hora que fui comprar, ainda tentei jogar uma gracinha para a atendente:

- o Sr quer um ingresso?
- Posso comprar meio?
- Não entendi, Sr.
- Meio ingresso.
- Hein?
- Tá, me dá um inteiro.

Os ingleses não estão prontos para esse tipo de humor? Que povo atrasado.

Para ser o honesto o jogo foi um lixo, estava sem luvas, então os meus dedos começaram a ficar roxos, tentei me aquecer com chocolate quente, mas não devo. Sai no meio do segundo tempo, estava 1-0 QPR contra o Derby Count, terminou 2-0, porque além do frio, não sabia se teria metrô para voltar.

Na quarta dia 09, na parte da manhã fui fazer os passeios turísticos, tirar foto do Big Ben, da Abadia de Westminster, andar na Roda Gigante London Eye, ir nas Catacumbas de Londres, no Museu Imperial da Guerra (bem legal esse aqui) para depois conhecer mais estádio de futebol. Fiz a rivalidade do filme Hooligans nesse dia: primeiro o estádio do Milwall, antes de uma das entradas, você passa numa ruazinha com ferro velho, um "charme" de lugar. Depois para o estádio do West Ham até aquela temporada, para depois ir ao Estádio Olímpico, nova casa dos Hammers. Tudo isso de transporte público.

Dia 10, foi a vez de conhecer o Madame Tussaud Museu de Cera e Wembley. Depois a rivalidade do Norte de Londres: Emirates e White Hart Lane. Na estação do estádio do Arsenal, ou indo para ela, não lembro mais, ainda ajudei uma senhora com carrinho de bebê. É uma estação de trem antiga com apenas escadas, me ofereci para auxiliá-la a descer os degraus (isso num inglês perfeito, quero deixar claro). Segurei na frente do carrinho, descemos e a criança não queria, só ficar dormindo no carrinho, preguiçosa.

O Estádio do Tottenham está em obras para expansão, tanto que irá jogar em 2016-17 em Wembley os jogos da Liga dos Campeões. A região do estádio me pareceu ser uma parte pobre da cidade, se via muitos imigrantes de várias partes do mundo, além de restaurantes com comidas típicas dessas regiões. Esse foi o último estádio e no dia seguinte voltei para Manchester para pegar o avião para Frankfurt e depois Rio de Janeiro.

Tem uma história legal no aeroporto de Manchester. Não sei porque diabos, eu achei que poderia estar no lugar errado. Me passou na cabeça que poderia haver dois aeroportos na cidade, tipo Galeão e Santos Dumont no Rio, e eu não teria ido para o certo. Pergunta de cá, pergunta de lá, nenhum funcionário me dava a resposta certa, então foi perguntar para uma transeunte, que mais uma vez não falava inglês.

Cara, se você perguntar o tradicional "Where are you from?" na Inglaterra, a resposta sempre será Brasil. A campeã era de Campinas. Tinha ido visitar a cunhada em Liverpool, mas sabia que aquele era o aeroporto certo para pegar o avião até Frankfurt, afinal ela iria fazer isso também. Legal, eu estava no local correto para voltar e agora era entrar no avião, fazer escala na Alemanha e voltar ao Brasil. Deu tudo certo! A duração da viagem foi curta, mas uma próxima será mais longa, podem ter certeza, após essa experiência.

Ah, havia me esquecido: ainda visitei a Galeria Nacional para conhecer o quadro "Fighting Temeraire". Tudo por causa da cena desse filme: 007: Skyfall. " A bloody big ship. Excuse-me"....Isso é muito bom!!!







O último conto é sobre eu e o pombo londrino, vamos lá:

Depois de um dia inteiro andando para conhecer a cidade, eu saltei numa estação de metrô perto do meu hotel. Estava cansado demais para procurar um local maneiro para comer, tinha um McDonald´s na estação. Fui lá mesmo e sai com as coisas para comer no hotel. Em uma mão carregava a sacola e o copo de Sprite e na outra o celular no GPS para chegar no meio destino. Era noite, estava frio e a Sprite gelada, foi quando aconteceu.

Todo mundo tinha que andar por debaixo de uns andaimes de obra e os malditos pombos fizeram casa lá. E pombo tem mira a laser para acertar as pessoas. Eu ouvi o estalado em mim, olhei para a minha esquerda e vi um resvalo na alça da mochila, nada demais, daria para limpar, só que eu tinha que olhar para o celular na minha mão esquerda! MALDITO POMBO! Cagou certinho na tela!! 

A tela do celular é bloqueada depois de algum tempo sem uso e a cagada estava bem no centro onde digitaria a senha! PUTA QUE PARIU! Com a mão direita, estava carregando o lanche e a Sprite Gelada, se colocasse no saco, era capaz de virar e dar muita merda (felizmente essa seria metafórica, não literal como a do pombo) e com a esquerda, eu tinha que toda hora tocar na tela, sem tocar nas fezes do animal para não deixar bloquear!

A mão direita ficava congelada, tinha que ser rápido para revezar as mãos. Tinha que ter cabeça para saber usar o GPS, que ficava mudando de posição a toda hora. A região do hotel têm várias ruas que tem a mesma arquitetura, então estava perto, mas não na rua certa. Demorei um tempo para me encontrar, isso tendo que olhar para merda no meu celular. Cheguei no hotel, tive dificuldades com o cartão para abrir a porta do quarto, quando consegui, coloquei a comida na cama e fui para o banheiro limpar a sujeira.

Primeiro papel higiênico para tirar, sem esfregar e ,consequentemente, espalhar. Depois álcool gel na tela e água quente da torneira (por sorte o Sony Xperia Z2 pode tomar banho), papel para limpar de novo, mais álcool e mais água quente. Só faltei tacar fogo para ter certeza absoluta que não teria mais nada daquele pombo no meu celular.

Maluco, que raiva do pombo. Vocês não tem noção do que era aquilo, posso ter demorado uns cinco minutos para resolver tudo, mas na minha cabeça aquilo durou dois sóis e uma lua até eu chegar no meu quarto de hotel.

Uma boa história para terminar essa viagem e começar a focar no Manchester City de Pep Guardiola. Essa semana já começa os amistosos de pré temporada! O futebol está voltando!

Fotos (para ver em Slide, bastar clicar nelas):

















































































2 comentários:

  1. Show em estas histórias,li todas,parabéns.
    Deve ter sido inesquecível pra vc.
    Desejo que vc faça + e +.

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    1. Valeu! Com certeza terei mais histórias dessa no futuro.

      Agora que já aprendi com essa experiência e ainda mais que a libra já caiu bastante...rs

      abs!

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