A consultoria Deloitte lançou mais um relatório sobre as 20 maiores arrecadações de clubes de futebol pelo mundo. O relatório é mundial, mas todos os clubes que estão na lista são das cinco maiores ligas européias: Inglaterra (sete times), Espanha (2), Itália (4), Alemanha (5) e França (2).
A Deloitte, para elaborar sua lista, leva em consideração apenas três tipos de receitas: Matchday (receitas com jogos e estádios), direitos de transmissão de TV e o aspecto comercial (produtos licenciados, patrocínios). O Real Madrid é o primeiro clube a ultrapassar a barreira de 400 milhões de euros. O desmembramento das suas receitas mostra que o clube não é muito dependente apenas de um setor: Matchday 25%, direitos de TV 40% e área comercial 35%.
O Real tomou a posição que era do Manchester United. A queda para terceira posição, o Barcelona é o segundo agora, se deve em grande parte a um fator que prejudicou todos os times ingleses nesse relatório anual: a depreciação da libra frente ao euro. Em 2007 uma libra era igual a 1,48 euros, já em 2009 £ 1 valia 1,17 euros.
A lista completa é: (em milhões de euro)
1º - Real Madrid - 401,4
2º - Barcelona – 365,9
3º - Man Utd – 327,0
4º - Bayern Munich – 289,5
5º - Arsenal - 263,0
6º - Chelsea – 242,3
7º - Liverpool – 217,0
8º - Juventus – 203,2
9º - Inter de Milão– 196,5
10º - Milan – 196,5
11º - Hamburgo – 146,7
12º - Roma – 146,4
13º - Lyon – 139,6
14º - Marseille – 133,2
15º - Tottenham – 132,7
16º - Schalke 04 – 124,5
17º - Werder Bremen – 114,7
18º - Borrussia Dortmund – 103,5
19º - Manchester City - 102,2
20º - Newcastle United – 101,0
O foco desse blog é o Manchester City então vamos nos debruçar no time azul de Manchester para comentar.
Como foi dito no começo, esse estudo leva em conta as arrecadações dos clubes durante a temporada 2008/09 e não riqueza dos proprietários dos times, como muita gente sabe o Manchester City é chamado como o time mais rico do mundo, devido ao bolso fundo do seu dono, Sheik Mansour.
O Manchester City, desde o relatório disponibilizado em fevereiro de 2005, fica entre os 20 clubes que mais arrecadam no mundo, exceção feita ao fevereiro de 2008. Isso prova, que apesar do City ter um mecenas por trás nos últimos anos, o clube gera dinheiro, mas ainda em quantidade inferior à gigantes europeus que tem uma base de torcedores/consumidores global, enquanto a nossa se concentra mais na região de Manchester, a terceira maior cidade da Inglaterra.
Mas o time ainda mostra ter muita dependência de uma receita específica: direitos de TV representam 55% da arrecadação total € 102.2 m (€ 56.7m), Matchday 24% (€ 24.4m) e área comercial 21% (€ 21.1m)
Gráfico 1
O gráfico 1 mostra a arrecadação do time em milhões de euros, e sua posição no ranking, isso para que a consultoria Deloitte possa comparar times europeus, mas para times ingleses há o problema apreciação ou desvalorização da libra frente ao euro, nesse caso desvalorização, como ocorre nos últimos dois anos. Caso fosse levado em conta a cotação de 30 de junho de 2007, o Manchester City teria uma arrecadação, em euros, de 129. 2 m, ficando em 16º lugar, ganharia três posições.
Gráfico 2
O gráfico 2 mostra a arrecadação em libras. Podemos ver quer até a temporada 2006/07, esse valor sempre gravitou em torno de £ 60 m, a partir da temporada 07/08, com o aumento nos valores pagos pelo direito de transmissão da Premier League, a receita deu um salto de £ 20 m.
A temporada 2008/09 começou com o ex-ditador tailandês no comando do clube, mas em setembro de 2009 houve a mudança para o magnata do petróleo dos Emirados Árabes. A receita em 08/09 cresceu 6%. O clube teve um aumento com a transmissão de TV da Copa da UEFA, de £0 o para £4.6m, porque o clube chegou às quartas-de-final da competição.
Com mais jogos em casa devido à competição européia, o clube aumentou em 12% (£2.3m) as receitas com o Matchday. Já na questão comercial, o resultado foi na direção inversa do último quesito. Como houve um menor número de shows de música em relação ao período anterior e a final da Copa da UEFA não foi no City of Manchester de novo, o City perdeu £2.5m.
Novos contratos comerciais foram firmados como o com fornecedora de material esportivo Umbro, com duração de 10 anos, num valor estimado de £ 50 m no total. E com um novo patrocinador do time, Etihad, uma companhia aérea, que é válido até a temporada 2011/12 com valor estimado total de £ 25m. Essas novas receitas na área comercial devem catapultar o time azul de Manchester para posições melhores. E não podemos esquecer os acordos com empresas que não ficam estampadas na camisa do time, como companhia de telefonia celular Etisalat, a Cia siderúrgica Ferrostaal.
O grande gasto em jogadores e salários pelos novos proprietários tem tudo para transformar o time numa potência com participações regulares em competições européias, aumentando a receita com a TV, possibilitando a marca crescer e atrair uma grande quantidade de torcedores/consumidores e tornando o time mais atrativo para novos acordos comerciais.
Com as mudanças na estrutura física e de Marketing do clube foram feitas, em excesso, com a chegada de novos donos, com certeza teremos um aumento na receita do Manchester City, esses resultados só estarão disponíveis no próximo relatório da Deloitte que deverá ser lançado em fevereiro de 2011. Mas não se assustem quando lerem na imprensa prejuízos colossais do City. Ainda estamos num momento de gastos gigantescos para ter ganhos futuros enormes. John Maynard Keynes ficaria feliz......rs
Para ter acesso ao relatório completo clique aqui.
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